Em 1865, a hospitaleira cidade da Covilhã, pela voz do Reverendo Dr. Francisco Grainha e em nome de Dona Maria José Tavares de Azevedo Castelo Branco, pedem à Madre Frassinetti que envie irmãs para administrar uma escola para crianças pobres. Essa escola funcionaria num edifício pertencente à mesma Dona Maria José Tavares de Azevedo Castelo Branco, que sempre quisera entregá-lo a um instituto religioso. Assim, as Irmãs Doroteias chegam à Covilhã no ano de 1870 e inicialmente instalam-se no edifício que foi posteriormente Escola Central (hoje já inexistente), tendo como Superiora a Madre Rosa Podestà, como Mestras Josefina Nobili e Catarina Lemos e a Irmã Coadjutora Joaquina Mendes, já se fazendo acompanhar por algumas irmãs covilhanenses que tinham terminado o seu Noviciado em Roma e Lisboa.
Esta nova escola para raparigas, dirigida por educadoras da Congregação das Doroteias, que abriu as portas com 130 alunas pobres, mas que em pouco tempo aumentariam para 300 alunas, foi recebida com o maior carinho e atenção por parte das pessoas da Covilhã que eram maioritariamente católicas e que muito lhes agradava esta educação religiosa. Demonstrando isso mesmo, esta escola, para além das famílias menos favorecidas, começa a integrar meninas de várias classes sociais uma vez que os pais privilegiavam esta educação atingindo assim um total de 500 alunas.
Exerceram o seu trabalho educativo até 1910, altura em que com a Implantação da República, as Irmãs Doroteias suspendem o seu trabalho tendo sido obrigadas a partir para outros países, mais precisamente, para a Bélgica, Inglaterra, Suíça e Espanha, onde surgiriam várias fundações das Irmãs Doroteias.
Em 1928, foi um grupo de famílias da Covilhã que conseguiram o regresso das Irmãs Doroteias, para que retomassem a sua atividade educativa, moral e religiosa, instalando-se, agora, no edifício mandado construir no século XIX por José Maria da Silva Campos Melo, Comendador da Ordem de Cristo e Industrial de lanifícios, que aparece conseguida pelo esforço do supracitado grupo de famílias, que durante muito tempo lutaram por uma casa onde se pudesse instalar o Colégio das Doroteias, sede do Patronato de Nossa Senhora da Conceição. Eram as irmãs, o pilar destas alunas que tinham aptidões em diversas áreas culturais como a música, pintura, línguas, lavores entre outras.
As Irmãs Doroteias não restringiam as suas atividades educativas unicamente ao colégio. Também participavam ativamente na vida das paróquias da Covilhã, na catequese e liturgia, tornando-se um apoio fundamental nas mais variadas missões da igreja.
O Patronato Nª Sra. da Conceição, nomenclatura da época vigente, leccionava até à quarta classe, abrindo mais tarde o que foi designado por “classe infantil” e chegou mesmo a funcionar até 1963 como uma escola oficial de 1º ciclo. A partir dos anos 60 começa a funcionar como jardim de infância e nos anos 80 é registado no livro das fundações de solidariedade, tornando se uma IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, mantendo a qualidade educativa e o apoio às famílias, segundo a tradição das Irmãs Doroteias. Atualmente, funciona com as valências de creche, jardim de infância e ATL e é um ponto de referência no que diz respeito à educação, na nossa cidade.
Hoje, com estatutos renovados e com o registo da nova denominação, Fundação Imaculada Conceição, promove a educação integral, pautando-se por uma oferta pedagógica inovadora e de qualidade, que acompanha de uma forma individualizada cada criança e sua família. Pratica uma pedagogia de projeto centrada nos interesses da criança e suas aprendizagens. Oferece experiências chave para o desenvolvimento, valorizando o sentido estético e a criatividade, através de atividades lúdico-expressivas: música, dança, drama e artes plásticas. Em parceria com as famílias, desenvolve nas crianças competências que conduzem à aquisição de valores cristãos, cultivando o acolhimento, a solidariedade, a verdade, a simplicidade, promovendo a educação para a interioridade e as relações interpessoais.